Dr. Luís Simas | Bioquímico
Festejar ou fazer um balanço?
Este ano, Portugal completa 50 anos de democracia pós-25 de abril.
Anunciam-se comemorações para as quais foi constituída uma equipa, com direito a publicação no Diário da República, e sobre a qual recai a responsabilidade de definir e coordenar a execução de um programa que se prolonga muito além de 2024.
Percebe-se que o País está muito empenhado em comemorar com “pompa e circunstância”, como se costuma dizer, o que não tem nada de mal tendo em conta que é uma data muito redonda e constitui um facto significativo a restauração do sistema democrático.
Contudo, espera-se que os festejos não sejam apenas isso, mas acima de tudo um momento de reflexão sobre o que se atingiu face ao que foi prometido. Não está em causa a democracia, que com todas as suas virtudes e defeitos, é o melhor sistema que temos, mas se soubemos nestes 50 anos potenciar as mais-valias da democracia em prol de um País e se estamos mais próximos dos nossos pares europeus ou mantemos a distância de quem está na cauda de um pelotão e tem de esticar muito o pescoço para ver quem vai no grupo da frente.
Se as comemorações forem apenas festejos, viveremos a euforia do momento acompanhada de um otimismo efémero, com sobrevalorização das conquistas e subvalorização dos fracassos. Ora, o que se impõe não é nem “sobre” nem “sub”, mas antes uma análise racional do que fizemos bem, para potenciar ainda mais, e do que fizemos mal, para corrigir definitivamente.
Nem todos concordarão com esta necessidade, especialmente os otimistas que argumentarão sempre com a pergunta de retórica, “Mas Portugal não está muito melhor?”.
A resposta é muito simples. Sim, está. Genericamente, vivemos melhor do que se viveu no último quartel do século XX. O País cresceu muito, designadamente a partir dos finais dos anos 80 com a entrada nos nossos cofres de elevados montantes de dinheiro provenientes da então Comunidade Económica Portuguesa. Ler artigo completo aqui.
Nota:
Pedimos desculpa, pelo lapso, ao Autor deste artigo, Luis Simas, uma vez que o escreveu enquanto cidadão e não como representante de uma Entidade Pública