Falar sobre inteligência artificial no campo da saúde animal poderia parecer ficção científica há muitos anos. Hoje, porém, é uma realidade palpável que está a transformar o setor pecuário. E não se trata apenas de avanços tecnológicos; é também uma mudança de paradigma que redefine a forma como entendemos a saúde animal, o bem-estar animal e a sustentabilidade do setor.
O setor da saúde animal está atualmente na vanguarda de uma transformação tecnológica e digital, com grandes avanços em biotecnologia, ferramentas de deteção, robótica, testes genómicos e vacinas avançadas, entre outros, que se tornarão ferramentas essenciais para um futuro sustentável tanto para a pecuária como para a profissão veterinária.
A digitalização permite agora aos profissionais veterinários e aos criadores de gado gerir as suas explorações com tarefas como a previsão e prevenção de doenças, monitorização de sinais de doença ou cio, diagnóstico de infeções e tratamento. Os sensores podem monitorizar a saúde animal em tempo real, permitindo antecipar o aparecimento de doenças e alertar para alterações no comportamento do gado. Por exemplo, os sensores utilizados para identificar a ruminação nas vacas podem detetar doenças até 5 dias antes da descoberta dos sinais clínicos, enquanto as coleiras inteligentes com tecnologias de monitorização ligadas a aplicações para telemóveis ajudam os agricultores a identificar com precisão as várias fases de fertilidade das vacas leiteiras, detetando até 95% dos cio reais, melhorando a eficiência da exploração e reduzindo as perdas na produção de leite. Até mesmo o uso de brincos permite a integração de dados que podem ser analisados para otimizar a rastreabilidade, a produção e, em última análise, gerir a saúde de acordo com os regulamentos aplicados em toda a União Europeia. Esses avanços não só melhoram a produtividade, mas também aumentam o bem-estar animal e atendem às exigências de um consumidor cada vez mais informado sobre saúde, bem-estar animal e sustentabilidade.
A interconectividade está a acelerar o avanço destas tecnologias, permitindo que os dados de sensores auriculares, coleiras inteligentes e sistemas de monitorização da exploração sejam integrados e analisados em conjunto, proporcionando uma visão abrangente e em tempo real do estado de saúde de todo o rebanho. Ler artigo completo aqui.
Este verão, algumas terras agrícolas europeias enfrentaram condições climáticas extremas, com efeitos devastadores sentidos desde o sul de França até Espanha, Chipre e Grécia. Ondas de calor e seca testaram severamente as explorações agrícolas e a terra como um todo, afetando tanto a produção vegetal como animal.
A onda de calor de agosto teve consequências dramáticas para a agricultura europeia. Em França, por exemplo, milhares de galinhas e outras aves morreram em poucos dias devido às temperaturas excessivamente altas. A situação foi particularmente crítica nas pastagens que foram completamente queimadas pela seca, obrigando os agricultores a comprar forragem adicional e transportar água para garantir a sobrevivência do seu gado. Os custos adicionais estimados para lidar com esta emergência são significativos: cerca de 10 000 euros para forragem e 3000 a 4000 euros para abastecimento de água.
Um caso impressionante é o do departamento rural francês de Cantal, onde a produção do renomado queijo Salers AOP corre o risco de ser interrompida porque as vacas não têm mais pasto para se alimentar. O presidente do Comité Interprofissional do Queijo Salers, Laurent Lours, comentou sobre como a situação mudou nos últimos anos: «Antes, podíamos ficar tranquilos durante anos; agora, quase todo verão temos que enfrentar emergências como esta». Ler artigo completo aqui.
Em preparação para o lançamento do relatório Eat-Lancet 2.0. Consulte aqui.
1. Uma apresentação preparada pelo Secretariado Internacional da Carne contendo uma atualização sobre o lançamento do relatório;
2. Um conjunto de mensagens preparadas pela Dra. Carrie Ruxton e pela Quality Meat Scotland para contrariar qualquer desinformação que possa ser disseminada pela Comissão Eat.